lunes, 19 de abril de 2010

Should I stay or should I go???

Praqueles que comemoraram achando que era dúvida sobre o país de residência se equivocam...eu vou residir no país que me der um emprego bom. Da Espanha ao Timor Leste passando pelo Brasil tá tudo valendo.

É sobre o blog.

Já viu. Eu troco de blog que nem nego troca de camiseta, mais ou menos...
Então vamos lá, esses dias sei lá como recebi um email com uns 5 comentários no disparatada já antigos, dá época que eu tava lá pelas Indonesias (que aliás pessoal, vale um post, faz um ano que voltei!).
Aí fiquei lendo o disparatada e lendo e me deu umas saudades... um blog tão divertido interrompido por uma problemática problemática mas não assim definitiva a ponto de mudar a personalidade... e então me pergunto...
Should I stay or should I go???? Volto pra lá ou fico por aqui?
Uma das grandes questões filosóficas do meu dia a dia... mas sim, dadas as condições prefiro viver de decisões pequenas.
se algum dos meus não leitores tiverem uma opinião, estamos aceitando...

E de presente o clássico do The Clash que entitula o post (créditos pessoal, temos que deixar os créditos...)

viernes, 16 de abril de 2010

ou não?

não é porque parte do que alguém diz é verdade que tudo será verdade mas, provavelmente, se parte do que alguém diz é mentira, muito será mentira. né não?

lunes, 12 de abril de 2010

23 de fevereiro

ando pensando muito no pai... saudades é assim. então resolvi resgatar um texto lá do disparatada, de quando eu tava bem longe de longe. Depois pensei que talvez eu devesse recuperar o blog inteiro... mas vamos lá continuo por aqui um pouco mais.

Lembro das pequenas manias que, se antes me irritavam, hoje tenho saudades. Tirar a meia quando ele chegava do trabalho, descer as escadas correndo pro beijo de boa noite depois de esperar pra jantar juntos, ficar tentando descobrir o que ele quer enquanto ele aponta pra algum objeto na mesa sem emitir nenhuma palavra, descer dois lances de escadas pra passar o saleiro que estava a um metro e meio do seu alcance, passar creme na perna desidratada, cuidar de alguma ferida, espremer os cravos, pegar gelo.

Penso que meu gosto por música é culpa sua. Acordar nos domingos de manhã com o som da casa na última altura. Normalmente a nona do Bethoven, Amor Brujo do Manuel de Falla ou o Bolero de Ravel. Quando estava mais animado era algo como Elis, Milton, MPB4 e em alguns dias mais raros Beatles e Simon e Garfunkel.

Lembro de cantar no carro enquanto faziamos viagens longaas, pra Caldas Novas, Serrinha e outras assim. O hino da Marinha (cisne branco que em noite de lua…), o hino do Roldão (lopes de barros), a música da bananeira, irmão sol e irmã lua (aleluia). Depois tinha também ouvir Legião (Faroeste Caboclo), Titãs (Homem Primata) e Paralamas (se as meninas do leblon não olham mais pra mim, eu uso óculos).

Lembro das músicas que ele costumava cantar e ninguém entendia. Dessas músicas de infancia que só ele era capaz de lembrar.

Lembro do relógio de madeira que a gente construiu quando eu era bem pequena pra eu aprender as horas, lembro de algumas aulas de física 3 dedos em pé tentando entender como se forma o campo magnético, as infinitas tentativas de me explicar frações, proporção (e o inversamente proporcional) e porcentagem, além de claro, resistencia e eletricidade (que eu nunca mesmo aprendi).

Lembro de ligar pra ele porque estava perdida no carro em algum lugar (não, eu não herdei o seu incrível senso de direção, muito pelo contrário), de pedir ajuda porque tinha que decidir sobre algum novo emprego, de dançar com ele na formatura. De contar os planos do futuro, desde ser astronauta (aos 6), atriz (aos 12), jornalista (aos 15), publicitaria (17), diretora de planejamento (21) e por fim um dia quem sabe trabalhar na ONU (24) – esse último ele não chegou a ver realizado.

Lembro até hoje da cara dele quando, no pré, eu fui oradora da turma e por saber meu texto de cor resolvi não ler o texto (que era o ponto da formatura, mostrar pros papais que sabiamos ler). Lembro o sorriso pequeno que ele abriu quando a professora veio outra vez colocar o texto na minha mão. Lembro que ele filmou a formatura e na filmadora, em 88 ou 89, fez uma edição pro texto que eu li aparecer no filme. Lembro quando ele preparou meu aniversário desse ano, com imagens do mikey e da mini e bixigas que caíam do teto.

Lembro de ele apoiar todos os sonhos mais absurdos, incluindo gravar uma fita comigo cantando pra tentar entrar no Balão Mágico. Lembro dele sempre encontrar a maneira de fazer os nossos gostos, fosse como fosse. Lembro de aprender a acampar, dirigir, pegar ônibus e disso tudo, ser independente.

Tenho rastreado em cada parte de mim exatamente onde tem o dedo dele. E é assim que sinto ele do meu lado até hoje.

E como não podia passar em branco. Feliz aniversário.

sábado, 3 de abril de 2010

tem dias que a saudades me consome a alma. nesses dias saio, ando incansavelmente pelas ruas de uma cidade, que mais e mais conheço como se fosse minha, mas que me desconhece e me esconde em meio a suas ruas, suas gentes, seus rostos grudados nas paredes.
me escondo no meio de ruas de gentes perdidas em ver as luzes que iluminam 100 anos de avenida. me deixo esconder e ocultar nesse lugar em que agora sou de novo ninguém. uno solo es alguién cuando reflejado en otro, dicen. um só é alguém quando seu reflexo está no espelho de humanidades. eu hoje não tenho espelhos nem reflexos. eu hoje não sou. e por não ser posso caminhar nas ruas dessa cidade e ser o que seja, a menina com a flor na cabeça, a que anda dançando e cantarolando canções dispersas, a que ri sózinha, a que chora. hoje, por não ser ninguém, posso ser o que for.
liberdade solitária que consome a saudades que consome a alma. saudades estática, liberdade inventada, até o próximo surto, até o próximo riso, até o próximo pranto.

jueves, 1 de abril de 2010

o tempo passa...

Lisboa, 2006

Lisboa, 2010